“O que você quer para a tua vida?”

Mexendo no meu celular, enquanto fazia uma nota para lembrar de informações para um pagamento no banco (não que isso seja importante, apenas para localizar o contexto), encontrei uma anotação que fiz muito tempo atrás:

“O que você quer pra tua vida, numa festa destas, as 3 da manhã? Esta pergunta responde todas as outras”

Não me lembro em que festa eu estava, isso faz pelo menos uns dois meses. Encontrei a anotação por acaso, e provavelmente eu a fiz num momento introspectivamente etílico (sempre me puxo para criar palavras novas). Me conheço há 30 anos, e sei que estava pensando em que tipo de mulher eu iria encontrar numa festa daquelas. E, fico pensando que tipo de festa eu estava… Provavelmente, alguma que fui arrastado por algum amigo, depois de ter saído de outra que ele (ou eles) não julgaram ser tão “produtiva”

A verdade é que nunca fui em festa para conhecer mulheres. Já fui em festas, conheci mulheres. Já comecei relacionamentos em festas. Já terminei relacionamentos em festas. Mas, na maioria das vezes, vou em festa por dois motivos: me divertir com meus amigos, e isto implica em ouvir música boa, e conversas produtivas; e beber uma boa cerveja. O ambiente de uma festa é impropício para conversas, ação fundamental para conhecer alguém interessante. Dai alguém vai dizer “Ah, mas isso significa que tu quer achar alguém pra casar, então!” Não, não quero achar alguém para casar. Não quero achar ninguém.

Para se achar alguém, significa que a gente esteja procurando. Isso implicaria em transformar praticamente TODA mulher que cruzar o meu caminho, um “alvo” em potencial. Vou no supermercado e a caixa se tornaria uma em potencial. Na farmácia, a mulher que está escolhendo shampoo para cabelos ondulados, uma em potencial. A garota que passou por mim, durante a minha caminhada, toda suada com o MP3 a todo volume com Vitor & Leo (quem escuta Vitor & Léo enquanto caminha?!), uma em potencial. E assim vai. Isso seria como ir no supermercado para comprar leite, e todas as marcas serem em potencial. Não tomo qualquer marca de leite. Não tomo leite desnatado, por exemplo, então já teria excluído praticamente metade das marcas. Não tomo leite de soja (que não é leite, ao meu ver), então outra boa parte já teria ido. E, assim, vou excluindo marca após marca.

Não estou a procura de uma mulher. Não é o tipo de situação em que procuramos. Quando encontro uma interessante, dai sim, dou um passo adiante. Digo uma bobagem pelo Twitter, peço MSN para conversar melhor. Ou, peço o telefone, e envio uma mensagem de vez em quando. Peço para uma amiga me apresentar. Os caminhos “normais”, mas apenas com aquelas que julgo serem “diferentes”.

Respondendo a pergunta do título: A vida é minha “uma festas dessas”, e, tudo que eu quero, é me divertir. Sem esquentar a cabeça com preocupações. Os problemas somos nós quem criamos.